O Mínimo Para Viver
- Leila Vasques
- 18 de fev. de 2018
- 2 min de leitura

“Quando coloquei minhas mãos sobre o teclado do notebook, soube que aquilo era tudo que eu precisava para recomeçar.
Era como um pianista tocando a sua melhor música, feliz ao reencontrar aquilo que havia perdido: ele mesmo.”
Leila Vasques
O filme de hoje é uma das obras mais inspiradoras que já vi na vida. Eu já o conhecia, através de indicações feitas por aí, mas hoje foi o dia oportuno para poder assisti-lo; e não teria como deixar de indicar algo que arrancou meus suspiros.
“O mínimo para viver” (originalmente “To the bone” em inglês), conta a jornada de Ellen em um grupo de reabilitação liderado por um médico pouco convencional. Ela é uma jovem de 20 anos que sofre com a anorexia. No meio de uma família disfuncional, Ellen – tão lindamente interpretada pela atriz Lilly Collins – tem de lidar com um pai ausente, uma madrasta de ideias um tanto quanto vazias e uma mãe homossexual. Seu porto seguro é a irmã por parte de pai, única pessoa com quem ela mantém um vínculo afetivo/familiar mais próximo. Todos esses problemas a levaram ao distúrbio da anorexia, sendo obcecada à tal ponto de saber exatamente quantas calorias tem cada alimento em seu prato. Expulsa de mais uma clínica, sua madrasta entra em acordo com ela, sugerindo mais um modo de tratamento. É então que ela conhece Dr. Beckham, médico que adota uma psicologia de tratamento diferente de tudo que ela já experimentou. Sua jornada inicia em seu internamento numa casa aconchegante onde se junta com outros jovens passando por distúrbios próximos ao seu. Ela é lançada num tratamento que lhe pontua quando faz ações positivas, concedendo benefícios como incentivo para a luta diária.
O filme mostra como a realidade do tratamento é encarada por Ellen, ao mesmo tempo que o médico lhe deixa livre para viver suas experiências, abraçar a vida e acreditar na melhora da sua doença, ainda que isso seja completamente inalcançável na mente dela. Ver as passagens de suas experiências até seu declínio não é fácil: o filme é cheio de cenas fortes (por exemplo a que a mãe da jovem a alimenta – sem spoilers!), e outras onde mostra de forma um tanto agressiva a realidade da doença. Isso contrasta com a delicadeza de outras cenas, dando um sabor maior ao ver o modo como a personagem decide acreditar na sua capacidade de melhora e lutar por sua própria vida, usando sua coragem, o carinho da sua doida família e o amor do colega de internamento, Luke.
Faltam palavras para explicar no quão inspirador esse filme conseguiu ser, em diversos níveis. Estou encantada também pela surpresa que estou tendo com os filmes originais da Netflix – sim, “O mínimo para viver” é um deles – na qualidade de produção, roteiro e atuação. Posso até trazer aqui uma lista de originais de lá que considerei bons, pois realmente tem valido a pena assistir.
Recomendo esse filme para todos que buscam um choque de realidade de forma diferente, questionadora, onde se redescobrir é a mensagem principal. Segue o trailer, e boa sessão!
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